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Gratidão: benefícios identificados pela ciência

A importância da gratidão na promoção do bem-estar e felicidade tem sido estudada por cientistas como Robert Emmons e Michael McCullough.

Em um experimento, os participantes foram divididos em três grupos: o primeiro escrevia sobre coisas pelas quais eram gratos, o segundo sobre eventos irritantes e o terceiro sobre acontecimentos corriqueiros. Os resultados mostraram que aqueles que registraram gratidão diariamente experimentaram uma visão mais positiva da semana anterior, tinham expectativas otimistas para a próxima semana, expressavam mais emoções positivas do que negativas, investiam mais tempo fazendo exercícios físicos, além de relatarem menos sintomas físicos como dor de cabeça, dor no estômago, cansaço, irritações na pele, tosse, entre outros.

A prática de manter um caderno de gratidão, onde se registram cinco eventos pelos quais se é grato diariamente, pode aumentar a atenção aos pequenos momentos da vida promovendo a apreciação verdadeira no aqui agora,  como tomar um banho sentindo a água escorrendo pelo corpo, o cheiro do sabonete, a temperatura da água, com a mente ficada na ação que está acontecendo e não em problemas, degustar uma deliciosa refeição, sentir o abraço do seu filho, conversar com ele olho no olho, admirar o pôr do sol no final do dia.

Pesquisas conduzidas por Glenn Fox, da Universidade do Sul da Califórnia, revelaram que sentir gratidão está associado a atividades cerebrais que promovem empatia, compreensão da perspectiva dos outros e sensação de alívio, contribuindo para o relaxamento e a redução do estresse. 

Martin Seligman, da Universidade da Pensilvânia, conduziu um experimento onde participantes escreviam cartas de gratidão para pessoas que os ajudaram, mas nunca foram devidamente agradecidas. Aqueles que entregaram pessoalmente as cartas experimentaram os maiores aumentos na felicidade e  maiores reduções nos sintomas de depressão, com efeitos persistentes mesmo após um mês do experimento. Esses estudos destacam a importância da gratidão como uma prática poderosa para promover o bem-estar mental e emocional.

Outra pesquisa conduzida pela Universidade de Indiana, nos Estados Unidos chegaram à conclusão de que ser grato pelas pequenas coisas da vida pode causar grandes mudanças – inclusive cerebrais. Um artigo publicado no jornal científico Neurolmage atesta que, depois de poucos meses exercitando sua gratidão por meio da escrita, seu cérebro passa a se sentir ainda mais condicionado a ser grato. E isso traz benefícios. O estudo revelou um aumento significativo de atividade cerebral em áreas associadas ao sentimento de gratidão. O aspecto mais fascinante é a persistência do efeito do "exercício da gratidão": seja após duas semanas ou até três meses após a experiência, a atividade cerebral parece "lembrar-se" do comportamento de gratidão, resultando em uma maior propensão a expressar esse sentimento espontaneamente no futuro. Esse fenômeno é comparado ao treinamento de um músculo: quanto mais a gratidão é praticada, mais naturalmente ela é sentida. Isso não apenas ajuda a reduzir os sintomas de depressão, mas também aumenta a probabilidade de desfrutar da felicidade que vem de perceber e reconhecer o que acontece no dia-a-dia, vivendo o presente, sentindo o presente e reconhecendo o volume de situações pelos quais podemos ser gratos.

Conforme Fox, “A gratidão nos reúne, eleva a consciência do que temos e nos faz considerar como podemos reconhecer e espalhar o bem humano”.

Apesar desses resultados promissores, as pesquisas sobre os efeitos do sentimento de gratidão ainda estão em estágio inicial, como reconhecem os próprios pesquisadores. Existem muitos aspectos a serem explorados em relação aos efeitos desse sentimento no cérebro.

 

Referência:

https://revistaplaneta.com.br/gratidao-mapeada/ 

https://psycnet.apa.org/record/2003-01140-012 https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1053811915011532